por Semíramis Moreira, redação Hurb.
Há exatos 50 anos, no dia 22 de abril de 1970, o Dia da Terra foi criado com o objetivo de protestar contra a poluição, o derramamento de petróleo nos oceanos entre outras degradações ao meio ambiente.
A década de 1970 foi impulsionada pela oposição dos estudantes à Guerra do Vietnã – muitos protestos vinham acontecendo até que uma grande manifestação onde, aproximadamente, 100.000 pessoas ocuparam toda a extensão da Quinta Avenida, em Manhattan, Nova York – e o mesmo se sucedeu em diversos pontos dos Estados Unidos. 20 milhões de americanos saíram às ruas naquele dia para exigir leis mais efetivas para a preservação do meio ambiente. O Earth Day surge à partir da luta por uma sociedade mais igualitária, em que a natureza fosse respeitada e preservada.

Resultados efetivos já em 1970
O presidente Richard Nixon, pressionado pelas mobilizações populares, no final do ano de 1970, criou a EPA – Envirommental Protection Agency, ou a Agência de Proteção Ambiental, um órgão estatal cuja função seria a proteção da saúde humana e a preservação do meio ambiente.
Em curto espaço de tempo, os Estados Unidos formularam leis próprias que, entre outras atribuições, visavam preservar a qualidade da água, animais ameaçados de extinção e controlar as emissões de poluentes no ar e nos mares.
Earth Day Network
Este ano, por conta do distanciamento social ocasionado pelo coronavírus em todo mundo, as celebrações e manifestações pelo Earth Day se darão por meio de um evento virtual. Uma série de mensagens gravadas e lives realizadas por inúmeras celebridades e líderes como o ambientalista Denis Heyes, idealizador do Earth Day, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental Al Gore e o Papa Francisco, além de artistas norte-americanos consagrados através do site earthday.org.
Controvérsias

Apesar dos esforços efetivos dos norte-americanos nesses cinquenta anos para a preservação do meio ambiente, hoje os Estados Unidos é o país que mais vem impedindo os avanços para o Acordo de Paris. O presidente Donald Trump anunciou a retirada do país do tratado em 2017, alegando um “acordo mais justo” para os Estados Unidos. A saída oficial do país será em 04 de novembro deste ano.
Esperança no porvir.
Apesar de tudo, nesses novos e conturbados dias de pandemia, as reflexões acerca da preservação ambiental se tornam maiores e nos fazem pensar sobre o impacto de nossos estilos de vida no planeta, enquanto organismo vital às próximas gerações.
Se por um lado, nos deparamos ainda com ações pouco efetivas dos governos diante da falta de saneamento básico, de melhoria da qualidade da água, da proteção das nascentes e florestas ou mesmo de melhores condições de habitação às periferias menos favorecidas, por outro, podemos vislumbrar, maior engajamento da população, impulsionada pela solidariedade, promovendo alimentação, higiene e acolhimento desses indivíduos.
Afinal, somos filhos da Terra.